Com uma narrativa envolvente, O Monge e o Executivo conta a história de John Daily, um homem de negócios bem-sucedido que percebe num certo instante que está fracassando nas outras áreas de sua vida : saúde, relacionamentos e até mesmo, sem muita consciência disso, na espiritualidade…..Procura então as respostas num mosteiro beneditino, sob a orientação do monge Leonard Hoffman, um influente empresário americano que abandonou tudo em busca de um novo sentido para a sua vida. Hoffman ganhou fama no mundo empresarial por sua capacidade de recuperar organizações em crise, transformando-as em exemplos de sucesso. O monge, com sua sábia vivência, vai ensinar, em sete dias, ao executivo John Daily e outros quatro dirigentes de diferentes áreas de negócios, como alcançar a liderança e não o poder; vai auxiliá-los a refletir sobre os conceitos de autoridade conquistada através do amor, dedicação e sacrifício; respeito; responsabilidade e cuidados com as pessoas - virtudes indispensáveis a um grande líder.
POR QUE A EMPRESA PRECISA TER O CORAÇÃO, A MENTE E O ESPIRITO DO FUNCIONARIO?
J H Muitas vezes as organizações usam apenas as pernas, braços e mãos dos funcionários. Digo que, nesse caso, a empresa conta com eles do pescoço para baixo. E o resultado é o seguinte: os profissionais se tornam apáticos. Perdem o interesse, a criatividade, a excelência. E isso não é competitivo no mercado globalizado. Para ser bem-sucedida, é preciso contar com os profissionais do pescoço para cima. Por que é exatamente isso o que os concorrentes estão tentando fazer.
COMO CONQUISTAR OS FUNCIONARIOS DO PESCOÇO PARA CIMA?
J H Esse processo passa pelo conceito de espiritualidade. Isso significa reconhecer que podemos encontrar um significado maior no que fazemos do que simplesmente operar uma máquina oito horas por dia. E o líder tem um papel muito expressivo nesse contexto. Cabe a ele lembrar às pessoas que o que elas fazem é muito importante, ajudá-las a ver sentido no seu trabalho e a se desenvolver. Em resumo, cabe ao líder servir. Quanto mais servimos, mais bem-sucedidos nós somos. E vice-versa. Recente pesquisa do Gallup mostra que dois terços dos funcionários que deixam seus empregos na verdade estão se demitindo de seus chefes e não das empresas. E a espiritualidade está influenciando esse movimento. As pessoas param e pensam: “Há algo mais do que trabalhar 40 anos para um chefe que não me entende nem valoriza. Quero que minha vida seja mais do que isso”. A liderança baseada no poder está entrando em colapso. E a conseqüência é uma forte pressão, nas corporações, pela formação de líderes que atendam às novas demandas dos profissionais. As organizações não podem perder seus talentos.
A TEORIA DA LIDERANÇA SERVIDORA FOI FORMALIZADA NA DÉCADA DE 70. POR QUE SO AGORA GANHOU FORÇA NAS EMPRESAS?
J H Depois da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos não tinham concorrentes no mercado internacional, porque grande parte do mundo civilizado estava em ruínas. Então, as empresas podiam contar com seus funcionários apenas do pescoço para baixo. Henry Ford costumava dizer: “Por que tenho de ter a pessoa inteira se preciso apenas de um par de mãos? Não preciso que ela pense”. Nós pagamos um preço por isso. Anos depois da guerra, alguns dos países que tinham sido destruídos, como o Japão, começaram a se reconstruir. E o que eles nos ensinaram é que você tem de contar com pessoas engajadas. Hoje, poucas empresas adotam a fórmula “do pescoço para baixo”. Porque isso não é competitivo. Algumas das empresas mais bem-sucedidas no mercado norte-americano seguem o conceito da liderança servidora. Dê uma olhada na lista das companhias mais admiradas dos Estados Unidos, publicada em março deste ano pela revista Fortune. Entre as empresas que ocupam as seis primeiras posições, quatro exercem essa prática: Starbucks (3o lugar), Wal-Mart (4o lugar), Southwest Airlines (5o lugar) e FedEx (6o lugar). Gostaria de dizer que isso acontece pelos motivos certos, mas a realidade é a seguinte: as velhas fórmulas já não funcionam. E quem não percebe isso simplesmente está sendo jogado para fora do negócio.
EM O MONGE E O EXECUTIVO VOCE DIZ QUE O LIDER DEVE AMAR SUA EQUIPE. QUAL A REAÇÃO DOS EXECUTIVOS A ESSA TEORIA?
J H Eu realmente questionei a idéia de incluir a palavra amor no meu modelo de liderança servidora. Passo 95% do meu tempo falando para homens de negócios na América corporativa e imaginava que, se mencionasse o amor, as pessoas não iriam me contratar. Mas isso é apenas uma questão de ignorância. A língua inglesa, em particular, destruiu a definição clássica de amor. Nós associamos essa palavra a sentimento. Mas o que importa é o comportamento. O verdadeiro amor significa espontaneamente servir o outro e ajudá-lo a se tornar o melhor que ele pode ser. Esse é o grande teste da liderança. Quando as pessoas partem, elas estão melhores do que quando chegaram? Elas cresceram? Se desenvolveram? São profissionais melhores? Ajudá-las a fazer isso exige amor — o que não significa ser bonzinho. Algumas vezes, amar significa “abraçar”. Em outras, “bater”. Em O Monge e o Executivo, menciono que a esposa do personagem John Daily não gosta muito dele em alguns momentos. Assim como acontece com a minha. Mas isso não quer dizer que ela não me ama. Ela continua paciente, gentil, comprometida. Ainda está no jogo. E é isso o que precisamos entender. Amar é uma escolha.
QUAL A MAIOR DIFICULDADE QUE O LIDER ENFRENTA PARA APRENDER A AMAR E A SERVIR?
J H O principal desafio é vencer o ego. Isso atrapalha muito. Mas é só uma questão de educação. Muita gente não tem idéia do que é a liderança servidora. Pensam que a liderança está ligada ao poder, porque foi o que aprenderam. Era assim que o seu pai agia. Que o seu chefe agia. Agora, é preciso ver a liderança de uma outra forma. Esse é o primeiro passo. Mas é preciso muito mais. Concordar intelectualmente com esse conceito é uma coisa. Fazer disso parte da sua vida é bem diferente. E o ego é uma das coisas que mais dificulta esse processo. No fim, é uma questão de escolha: você vai ser um líder servidor ou um líder que serve a você mesmo? Várias pessoas ainda preferem servir a elas mesmas. Mas isso está mudando.
Fonte: Revista Você S/A - Edição 82 - Abril de 2005
James C. Hunter, autor do livro, é consultor-chefe da J.D. Associados - empresa de consultoria de relações de trabalho e treinamento, com mais de 20 anos de experiência nas áreas de liderança funcional e organização de grupos comunitários. Através dos personagens fascinantes narra os conceitos fundamentais para melhorar nossa capacidade de liderança, bem como motivar e auto-motivar na convivência com os outros, abrindo caminho para o sucesso duradouro.
“Tenho convicção absoluta de que as empresas que querem se destacar e se desenvolver devem buscar um novo modelo de gestão tal como os princípios apresentados pelo autor nessa obra, por isso aconselho aos empresários a leitura. Para uma organização moderna que quer resultados integrados, é de suma importância uma nova visão de como se relacionar com sua equipe, família e amigos. O Monge e o Executivo resume de forma surpreendente essa maneira de agir que transforma um indivíduo em algo melhor, com resultados positivos para si mesmo e para todo o ambiente em que está inserido. De forma especial esse livro representa as idéias que tenho usado em consultoria para desenvolvimento pessoal e profissional das organizações e empresas onde atuo”.
por Luiz Fernando Campbell Gama
“A verdadeira essência da liderança passa pelo resgate dos valores e princípios que norteiam a vida. Ajudar a transformar antigas certezas e a realizar os sonhos das pessoas levando-as ao encontro do sentido de felicidade plena - isso é possível e essa é a nossa proposta de trabalho.”
A Essência da Liderança - Monge e o Executivo, de James C. Hunter
O livro conta a história de um executivo em busca de soluções para seus dilemas pessoais, profissionais durante uma temporada num mosteiro. Através desta história, o autor apresenta conceitos fundamentais para melhorar nossa capacidade de liderança com base nos seguintes tópicos:
As Definições: Autoridade é a capacidade de influenciar as pessoas. É conseguir que outras pessoas façam o que desejamos. A autoridade é conquistada por admiração e respeito. O líder pode conquistar a autoridade através da compaixão, exemplo, experiência, entre outras qualidades. O poder é o exercício da autoridade por meio da força. O poder pode ser sustentado pelo cargo da pessoa que o exerce ou pode ser sustentado através do aliciamento moral. Um lider tem um papel muito expressivo neste contexto, pois quando usa a autoridade, e não o poder, as pessoas o seguem espontaneamente.
Aprender a ouvir: Interromper as pessoas enquanto elas falam presume que você não tem interesse pelo que elas têm a dizer ou que não tem importância. Isso pode ser entendido como já ter uma opinião sobre o assunto e não aceitar mudanças, bem como desprezo pela outra pessoa. No cotidiano a maioria das pessoas sentem a necessidade de falar. Mesmo não tendo domínio sobre o que falam, elas estão preocupadas em transmitir suas opiniões, mostrar que têm a solução para este e para aquele problema.
Os velhos paradigmas: O livro mostra que os paradigmas podem tanto ajudar quanto atrapalhar. Existem casos em que vidas são salvas por se obedecer a paradigmas. Existem casos em que a limitação causada pelo paradigma pode causar a falência de uma organização. Os paradigmas existem para que um senso comum possa ser estabelecido em uma sociedade.
Modelo de liderança: O livro nos mostra um modelo de liderança baseado na vontade. O Amor, por sua vez, faz com que aconteçam os serviços e os sacrifícios. O serviço e sacrifício inspiram autoridade que, por sua vez, sustenta a liderança.
Necessidade X Desejo: Um líder deve estar atento às necessidades dos membros de sua equipe. Além disso, deve fazer o possível para que elas sejam atendidas. Deve também saber diferenciar o que é necessidade do que é vontade ou desejo.
O verbo amar: O verbo amar é definido como sendo o conjunto de ações boas que praticamos para as outras pessoas, independentemente de quem sejam ou se darão algum retorno em troca da ação recebida.
O ambiente: O papel do líder é criar um ambiente propício para que os liderados desempenhem suas tarefas e os resultados possam surgir. Criar um ambiente propício é promover o bem estar dos membros da equipe e mantê-los motivados.
Práxis: Práxis é o conceito que diz que o comportamento influencia os pensamentos e sentimentos, da mesma forma que os sentimentos e pensamentos influenciam o comportamento. Com muito exercício, podemos modificar a maneira como pensamos e / ou sentimos sobre alguma coisa ou alguém.
A escolha: Tudo que fazemos na vida é nossa escolha.
Tratar o próximo como gostaria de ser tratado : Trate o próximo como gostaria de ser tratado.
Os conceitos apresentados pelo autor nos mostram os fundamentos básicos para melhorar nossa capacidade de liderança e até mesmo de convívio com as pessoas ao nosso redor, ajudando assim a nos tornarmos pessoas melhores e abrindo caminho para o sucesso.
Descobrir que a palavra chave do terceiro milênio é inclusão, praticar o “e” e não o “ou” e que será bem sucedido quem utilizar o caminho do meio e o tempo certo para cada propósito, tempo para agir e tempo para refletir, tempo para a razão e para o resultado e tempo para a emoção e para a divindade.
Sábio não é aquele que representa no teatro da vida o papel de monge ou de executivo, muitas vezes atendendo a uma demanda externa que não é de sua alma ou a um script que não lhe pertence. Sábio é aquele que é benevolente com suas contradições e que faz o casamento interno entre seus opostos, na busca do ser integral.
Por fim, entendo que sábio é o que compreende que a vida tem seus mistérios e suas demandas próprias e que ela sempre nos convida, nas calmarias e nas tempestades, a exercer nossos tempos internos. Que ela nos convida a viver o côncavo e o convexo, sendo o concreto, mais também sendo o abstrado.
Faça como Jesus
Monge e o Executivo (Editora Sextante) está se tornando febre no mundo corporativo…
Por Daniela de Lacerda
Monge e o Executivo (Editora Sextante) está se tornando febre no mundo corporativo. Já foram vendidos 100 000 exemplares no Brasil. E tem até diretor de multinacional distribuindo o livro para seu time de gerentes. O autor dessa proeza é o consultor norte-americano James C. Hunter, que conta a história de um executivo em busca de soluções para seus dilemas pessoais e profissionais durante uma temporada num mosteiro beneditino. A saída proposta pelo autor é a chamada liderança servidora, que se baseia na teoria de que liderar significa servir. O tema fez tanto sucesso que já rendeu um segundo livro, The World’s Most Powerful Leadership Principle How to Become a Servant Leader (”O mais poderoso princípio da liderança Como se tornar um líder servidor”). Lançado em 2004 nos Estados Unidos, o título também foi comprado pela Sextante e deve chegar ao Brasil em 2006. Pregando a filosofia do líder que serve, James não só conquistou muitos leitores, mas também grandes clientes, incluindo a Força Aérea Americana e empresas como American Express, Merck, Nestlé e Procter & Gamble. Em entrevista exclusiva a VOCÊ S/A, o consultor falou sobre a espiritualidade no escritório, disse que é preciso amar o colega de trabalho e que os novos líderes devem buscar inspiração num homem que não tinha poder nenhum, não fez MBA, nunca assistiu a uma palestra de Tom Peters nem sequer pisou numa empresa. “O maior líder de todos os tempos foi Jesus Cristo”, afirma. Descubra por quê.
O QUE OS NOVOS LIDERES PRECISAM APRENDER COM JESUS CRISTO?
James Hunter Liderança representa a sua capacidade de influenciar pessoas a agir. E nisso Jesus era imbatível. Ninguém pode negar que esse homem exerceu uma grande influência no planeta. Não é um ponto de vista religioso. É um fato. Uma vez que concordamos sobre isso, passamos para o segundo ponto dessa conversa. Se Jesus tinha tanta influência, nós devemos prestar atenção no que ele tinha a dizer sobre liderança. Por que ele era muito bom nisso. E o que ele falava era o seguinte: as pessoas devem seguir você de livre e espontânea vontade. Isso significa exercer a liderança por meio da autoridade, e não do poder. Quando você usa o poder, você obriga as pessoas a fazerem a sua vontade, por conta da posição que você ocupa. Quando usa a autoridade, as pessoas fazem o que você quer de boa vontade, por sua influência pessoal. Esse é o único meio de contar com o coração, a mente e o espírito dos profissionais.